O Nacionalismo é a Guerra

 

Em A guerra de Troia não terá lugar, Cassandra pressagia a Andrómaca que a guerra, com a sua barbárie, vai regressar. Em 1935, dois anos depois de Hitler se ter proclamado Führer, Jean Giraudoux escreveu a peça como um manifesto pacifista. Foi também em 1935 que Mussolini, perante a impotência da Sociedade das Nações e das democracias, invadiu a Etiópia. É a Sociedade das Nações que veio  à memória quando António Guterres afirmou que não existe nenhum envolvimento das Nações Unidas na procura de uma solução para a crise da Ucrânia.

François Mitterrand, no seu discurso de despedida, no Parlamento Europeu, afirmou: “o nacionalismo é a guerra”. Como não pensar neste nefasto presságio quando vemos as imagens de milhares de tanques nas fronteiras da Rússia com a Ucrânia? Quando o discurso nacionalista justifica de novo a guerra e enaltece as suas virtudes? Quando vemos em países democráticos, incluindo em Portugal, políticos nacionalistas a apregoarem de novo a superioridade da ‘raça branca’?

Para os europeus ocidentais, a ideia de uma guerra em solo europeu é do domínio do impensável. Muitos entregam a Biden o destino da paz na Europa – tão levianamente que na campanha eleitoral portuguesa a crise da Ucrânia não merece sequer uma nota de rodapé.

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[MANIFESTO] Fim da Guerra na Europa – Um Apelo à Ação Cívica na Europa e Além 

Fórum Demos associa-se ao manifesto Fim da Guerra na Europa.

O manifesto foi assinado em Portugal por: Álvaro Vasconcelos; Ana Gomes; Guilherme d’Oliveira Martins; Isabel Pires de Lima; Luís Braga da Cruz; Luísa Schmidt; Pedro Bacelar de Vasconcelos e Tânia Cerqueira.

Assine este manifesto enviando um e-mail para Fórum Demos

Fim da Guerra na Europa

Um Apelo à Ação Cívica na Europa e Além 

Outra guerra na Europa já não parece ser improvável. Para algumas pessoas do continente, já tem sido uma realidade na Ucrânia, na Geórgia, em Nagorno Karabakh e na fronteira Turco-Síria. Também é as construções militares e as ameaças de uma guerra em larga escala. 

A arquitetura de segurança europeia, criada após a Segunda Guerra Mundial e, depois, nos acordos de Helsínquia, revelou-se desatualizada e enfrenta o seu desafio mais sério em décadas. 

Nós, ativistas cívicos de Estados signatários da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, membros do Conselho da Europa ou participantes na OSCE, constatamos a necessidade urgente de prevenir a guerra na Europa. 

Acreditamos que a ligação entre paz, progresso e direitos humanos é inextricável. Uma sociedade civil forte e livre, um Estado de direito e garantias reais para a proteção dos direitos humanos são elementos-chave de segurança abrangente dentro da Europa alargada, mas a repressão coordenada e propositada das instituições da sociedade civil em vários países como tema está à margem das relações internacionais. O contágio autoritário, como visto na Rússia, Turquia, Bielorrússia, Azerbaijão, Polónia, Hungria, e nos fenómenos Brexit e Trump, está associado a conflitos internacionais, injustiça social, discriminação e divisão. É uma ameaça tão perigosa como a pandemia da COVID-19 ou as alterações climáticas.   

Estamos convencidos de que esses desafios comuns devem ser enfrentados através do diálogo internacional, do qual a sociedade civil é parte integrante. Tal diálogo internacional deveria incluir três pilares fundamentais que definiram os acordos de Helsínquia: (1) segurança, desarmamento e integridade territorial; (2) cooperação económica, social, sanitária e ambiental; (3) direitos humanos e o Estado de direito. 

Apelamos à boa vontade dos Estados para prosseguir esse diálogo e sublinhamos o nosso empenho em apoiar esses esforços. 

Acreditamos que um movimento cívico internacional conjunto, com uma postura antiguerra e pró-direitos humanos é uma necessidade e comprometemo-nos a prosseguir a sua formação em toda a Europa. 

Por favor, junte-se a nós.

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AUDIÇÃO CIDADÃ | Que Estratégia para Portugal? – Conversa com João Gomes Cravinho, Ministro da Defesa Nacional [nova data]

Audição Cidadã | Ciclo de Debates CD-IEEI
1 fevereiro 2022 | 18H | Sala Nobre da Universidade Lusófona do Porto


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