Apresentação do Livro e Debate – “O 25 DE ABRIL NO FUTURO DA DEMOCRACIA”

A apresentação do novo livro de Álvaro Vasconcelos, seguida de debate, realiza-se no próximo dia 7 de maio, às 18h30, na Galeria Fernando Pessoa do Centro Nacional de Cultura.

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O livro O 25 de Abril no Futuro da Democracia, de Álvaro Vasconcelos, publicado pela editora estratégias criativas, procura alertar para a necessidade de olhar a revolução portuguesa, perante a emergência do nacional-populismo.

Trata-se de revisitar o 25 de Abril de 1974, que marcou o início da transição democrática portuguesa e o fim do colonialismo, bem como o início de uma vaga democrática mundial, embora este impulso democrático pareça ter-se esgotado com o impacto político e social da crise financeira de 2008.

Segundo o autor “o objetivo da revolução democrática portuguesa, a procura da combinação entre democracia e justiça social, está no centro dos debates de hoje.”

Irá a crise das democracias aprofundar-se? Irá o sistema político reformar-se de modo a permitir alternativas reais, tirando, nomeadamente, partido do desejo de participação política dos cidadãos? Será a revolução feminista, na sua busca pela igualdade, capaz de revigorar o sistema democrático e dar um novo horizonte utópico à Humanidade Comum? Será a União Europeia capaz de se reformar e isolar o nacional-populismo na Europa?

O desfecho destas interrogações é imprevisível, mas dois cenários, um “distópico” e outro “utópico”, construídos à volta das comemorações do 25 de Abril de 2034, tipificam as alternativas apresentadas no livro.

São as opções políticas que podem moldar estes cenários que estarão em discussão na apresentação de O 25 de Abril no Futuro da Democracia, no dia 7 de maio [3ª feira], pelas 18h30, na Galeria Fernando Pessoa do Centro Nacional de Cultura.

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Álvaro Vasconcelos [Fundador do Fórum Demos]
Guilherme d’Oliveira Martins [Centro Nacional de Cultura]
Luís Moita [Diretor do Departamento de Relações Internacionais da UAL]

José Pedro Leite [Editor]

Moderadora: Teresa de Sousa [Jornalista, Público]

Entrada livre.

Mais informações: AQUI e AQUI.

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25 de Abril no Futuro da Democracia Conciliar Voltaire com Marx

 

O meu artigo  no  PÚBLICO:

http://www.publico.pt/2019/04/25/politica/opiniao/25-abril-futuro-democracia-1870403?fbclid=IwAR3cwgStzwmlypOxdsoGr3rxhEaqaJu7Ine7H1VT1oHThRN_bsG27Fw34aA

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A experiência democrática de Abril é objeto de estudo e fonte de inspiração dos que aspiram a um Mundo mais livre e justo. Aos portugueses cumpre defender não só a sua democracia como apoiar também os que noutros países, incluindo no Brasil e em África, lutam pela concretização da Utopia democrática de Abril.

Continuar a ler “25 de Abril no Futuro da Democracia Conciliar Voltaire com Marx”

Resumo da Sessão A UTOPIA ECOLÓGICA – PATRIOTISMO TERRESTRE: PRESERVAR A VIDA NA TERRA

Por Jéssica Moreira*

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O debate abre com um trailer do filme “A Princesa Mononoke”, alertando-nos que sim, esta é uma conferência acerca de ecologia, mas não, esta não é uma conferência pessimista: o impulso utópico é quem marca o compasso e, como impulso utópico que é, não pode deixar de querer ver o seu projeto – ecológico e utópico – realizado.

As primeiras utopias (modernas), relembra Viriato Soromenho-Marques, animam-se desse mesmo otimismo, surgindo – a par da expansão marítima (e ideológica) europeia – como tratado político alternativo àquele oferecido pelos tratados teóricos. Abre-se, com elas, a possibilidade, a praxis e a realização científica como ideais transformadores do tempo histórico que agora se vê como força plástica. Esta maleabilidade do tempo como entidade quasi-política admite-se, assim, como permissiva da ciência enquanto método utópico, sensível à agenda ecológica. A utopia ecológica é, diz-nos, uma utopia moderna. Continuar a ler “Resumo da Sessão A UTOPIA ECOLÓGICA – PATRIOTISMO TERRESTRE: PRESERVAR A VIDA NA TERRA”

“Brexit” sob ventos de mudança(*)

Por Álvaro Vasconcelos*

(*) Extratos do artigo “Brexit” sob ventos de mudança publicado no jornal Público, em 3 de Abril de 2019.

[…] Depois de anos de recessão democrática, surgem indícios de que emerge não apenas uma contracorrente progressista e social, que recusa o nacional-populismo de direita, mas também o nacionalismo da esquerda conservadora. São liberais nos valores e sociais nas políticas económicas, intransigentes na defesa dos direitos humanos, do ambiente e da hospitalidade. São uma força indispensável para a derrota dos Trumps, Jonhsons e Bolsonaros deste mundo. […]

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[…] Existe, em muitos, a convicção de que se um partido, nas suas políticas sociais, é claramente de esquerda, equivale necessariamente a ser anti-UE, o que significa aceitar, de forma implícita, o argumento dos nacionalistas da extrema-esquerda, para quem a União Europeia é um clube neoliberal, cujas regras impedem uma política de alternativa que conte com a oposição dos mercados. […]

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Os defensores da “Nova Política” são independentes de grupos de interesses, têm um discurso livre da retórica ideológica, fundamentado num conhecimento sólido da realidade social (muitas vezes feito da experiência vivida, porque nascidos em famílias pobres) e na defesa do conhecimento científico (nomeadamente o ambiental). Aparecem, pela sua preocupação com a desigualdade, como uma alternativa à extrema-direita junto dos eleitores […].

[…] Muitos líderes europeus, nomeadamente os populistas, têm lamentado os sucessivos chumbos do acordo negociado por Theresa May. Quando é que os líderes europeus vão começar a aceitar que a vitória da corrente progressista anti-“Brexit” seria uma grande oportunidade para relançar a União Europeia? Donald Tusk parece o mais consciente de que esta alternativa existe.

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O futuro da democracia e da União Europeia reside na capacidade de os seus dirigentes estarem atentos aos ventos de mudança, de aceitarem que a Europa não é apenas um espaço para as velhas correntes da democracia-cristã e da social-democracia, mas um espaço que precisa de integrar, como actores de corpo inteiro, a nova geração de políticos progressistas e os movimentos de cidadãos, como o poderoso movimento feminista (veja-se a relevância das novas lideres políticas) e o movimento liceal ecológico.

A União Europeia tem de compreender que a aspiração democrática se mantém bem viva, pelo mundo todo, como o demonstram as manifestações pacíficas na Argélia ou as recentes derrotas eleitorais de Erdogan nas eleições locais na Turquia.

Já no final de março, a vitória nas presidenciais da Eslováquia de Suzana Caputova, ativista liberal, que defendia “humanismo, solidariedade e verdade”, vem mostrar que também à Europa de Leste chegam ventos da mudança.

Existem na Europa milhões de cidadãos desejosos de que os seus líderes sejam capazes de seguir o exemplo da primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, na sua recusa da intolerância e do racismo, nomeadamente da banalização da islamofobia.

É cedo para dizer que a recessão democrática terminou, porém podemos ver que a esperança democrática não desapareceu e que a visão de uma União Europeia fiel aos seus valores fundadores de democracia e justiça social também não. A reversão do “Brexit” daria à União um novo fôlego e traria para o debate político europeu milhares de activistas, não só entusiasticamente pró-europeus como também defensores da visão progressista da União que a pode salvar. Seria uma péssima notícia para os nacional-populistas e uma óptima notícia para os europeístas.

https://www.publico.pt/2019/04/03/mundo/opiniao/brexit-ventos-mudanca-1867706

*Fundador do Fórum Demos.