Tempos de cidadania

Os resultados da segunda volta das legislativas francesas são uma boa e má notícia, é uma boa noticia que o Presidente Macron tenha a maioria necessária para governar, mas é uma má notícia a enorme fragilidade da oposição.Uma cidadania activa continua a ser absolutamente necessária para garantir alguns dos princípios com que Macron foi eleito, como a defesa do ambiente,o multilateralismo, a moralização da vida política,o combate ao racismo, a hospitalidade, a segurança no respeito dos direitos humanos, a justiça social e a democratização da União Europeia.

Continuar a ler “Tempos de cidadania”

Advertisement

Porque votaria «Labour»

 

Nas eleições britânicas de hoje o interesse europeu seria, em nome do combate à peste nacionalista que corrói a União Europeia, a, infelizmente improvável, vitória do Labour. Não que a vitória do Labour signifique o fim do Brexit, mas significaria uma derrota das forças que o promoveram e que hoje, com arrogância, defendem um «hard Brexit», que, como o faz a líder dos Conservadores, Theresa May, põem a hipótese de um «não acordo».
A vitória do Labour seria a vitória de um partido que se opôs, mesmo que apenas timidamente, ao Brexit e que, sem pôr em causa a saída da Grã-Bretanha da União, procuraria, como o tem afirmado o seu líder Jeremy Corbyn, um acordo que mantivesse uma forte relação com a União e facilitasse o acesso aos cidadãos europeus à Grã-Bretanha.
Seria também a vitória de um partido que se oporia às aventuras militares de Trump e à sua feroz oposição ao multilateralismo. Seria,também, a vitória do partido do Mayor de Londres, Sadiq Khan, que tem feito da cidade um exemplo de cosmopolitismo e de combate à islamofobia, como se viu na sua reacção aos recentes atentados em Londres.
A vitória dos Conservadores, partido que se propõem alterar a lei dos Direitos Humanos, seria a vitória de um partido que quer vedar o acesso ao Reino Unido aos nacionais de outros países da União, que defende um corte profundo com a União Europeia, significaria também a vitória de um partido que tem uma relação especial com Trump e que, por isso, se recusou a assinar a declaração dos líderes europeus em defesa do Acordo de Paris.
Se Jeremy Corbyn vencer as eleições , sem maioria absoluta,poderia governar com o apoio dos nacionalistas escoceses e dos liberais, dois partidos claramente europeístas, o que não acontecerá se Theresa May vencer as eleições, sem maioria absoluta.
Por tudo isto só pode causar surpresa as preocupações de alguns europeístas com a possibilidade de Jeremy Corbyn ser Primeiro-Ministro, mas é revelador da dificuldade de alguns de compreenderem que a hegemonia no mundo ocidental dos partidos e lideres tradicionais está acabar, como se viu nas eleições francesas.

Caricatura  de Toby & Toby de Theresa May vs Jeremy Corbyn