RUI TAVARES
O Reino Unido tem um tempo limitado — dois anos — para negociar a sua relação futura com a UE após a notificação de saída (o famoso artigo 50). Manda a lógica que se Theresa May quisesse estabelecer melhor a sua posição negociar junto do eleitorado britânico que o tivesse feito antes de o relógio começar a contar. Mas não é a lógica que manda nas opções do governo da Brexitânia: é a política. Depois de um ano em que foi atrasando a notificação para satisfazer as exigências de Farage e outros que querem a versão mais extrema de Brexit, Theresa May decide usar os primeiros meses em que deveria estar sentada à mesa das negociações para só agora perguntar ao povo o que deve negociar.