Na passada sexta feira, o Forum Demos esteve em Braga, na Livraria Centésima Página, para a apresentação do último livro de Alvaro Vasconcelos «Memórias em Tempos de Amnésia. Uma Campa em África», editado pela Afrontamento. Com a moderação de Sheila Khan e apresentação por Jose Sergio e Francisco Mendes, e performance de Isabella Maia.
Veja a parte 1 e a parte 2 da performance de Isabella Maia, na apresentação do livro «Memórias em Tempos de Amnésia» (vol. I), de Álvaro Vasconcelos, em Braga
POEMA:
Song, de Alain Ginsberg
The weight of the world
is love.
Under the burden
of solitude,
under the burden
of dissatisfaction
the weight,
the weight we carry
is love.
Who can deny?
In dreams
it touches
the body,
in thought
constructs
a miracle,
in imagination
anguishes
till born
in human–
looks out of the heart
burning with purity–
for the burden of life
is love,
but we carry the weight
wearily,
and so must rest
in the arms of love
at last,
must rest in the arms
of love.
No rest
without love,
no sleep
without dreams
of love–
be mad or chill
obsessed with angels
or machines,
the final wish
is love
–cannot be bitter,
cannot deny,
cannot withhold
if denied:
the weight is too heavy
–must give
for no return
as thought
is given
in solitude
in all the excellence
of its excess.
The warm bodies
shine together
in the darkness,
the hand moves
to the center
of the flesh,
the skin trembles
in happiness
and the soul comes
joyful to the eye–
yes, yes,
that’s what
I wanted,
I always wanted,
I always wanted,
to return
to the body
where I was born.
///
Tradução, em língua portuguesa, por Isabella Maia:
Amor é o peso do mundo.
Debaixo do fardo da solidão,
do fardo da insatisfação;
o peso,
o peso que carregamos é o amor.
Quem pode negar?
Nos sonhos,
toca o corpo;
nos pensamentos,
constrói um milagre;
na imaginação
angustia até nascer no humano-
cuida do coração queimando com pureza-
porque o fardo da vida é o amor,
mas carregamos o peso exaustivamente,
até que descansamos nos braços do amor;
por fim,
devemos descansar nos braços do amor:
Não há descanso sem amor,
sono sem sonhos de amor-
esteja bravo ou tranquilo,
obcecado com anjos ou máquinas,
o desejo final é AMOR-
não pode ser amargo,
não dá pra negar,
e se negado:
o peso é tão grande.
-há que dar
para nenhum retorno,
como se fosse dar na solidão,
em toda a excelencia do excesso.
Os corpos quentes
brilham juntos na escuridão,
a mão move-se para o centro da carne,
a pele treme de felicidade,
e a alma fica alegre aos olhos-
sim sim,
é isto que quero,
que sempre quis;
sempre quis:
retornar
ao corpo
onde nasci.