O projeto ENFEM, de que o Forum Demos é parceiro desde os seus primeiros momentos, acaba de publicar o Livro Práticas de Integração de Mulheres Migrantes , onde se encontra o testemunho do Forum Demos enquanto ator social. O mesmo é publicado lado a lado com as experiências de organizações da sociedade civil como o JRS, o CPR, a A3S, a RPCI, a EAPN ou a CIVITAS. O livro conta, ainda, com uma uma contextualização das imigrações femininas e uma série de histórias de mulheres migrante.
No mesmo dia em que o ENFEM publicou este livro, anunciou dois Cursos B.-Learning
No mesmo dia em que o ENFEM publicou este livro, anunciou dois Cursos Caminhos para a Integração no Mercado de Trabalho, em regime B.-Learning. Um deles é destinado a profissionais/atores da sociedade civil e empresas e outro é vocacionado a mulheres internacionais. Estes cursos são abertos à comunidade, sujeitos a inscrição através do email enfemportugal@iscap.ipp.pt.
No âmbito do Ciclo de ConferênciasParcours d’intellectuels en exil. Un humanisme sans frontières, uma iniciativa de Álvaro Vasconcelos, com a organização da Fondation Calouste Gulbenkian – Délégation en France e da Fondation Maison des sciences de l’homme teve lugar em Paris, no passado dia 28 de março, uma confência sobre Milan Kundera.
Partilhamos aqui a síntese deste primeiro momento do ciclo, realizada por Álvaro Vasconcelos e Alessandra Bourlé, e disponível no site da delegação francesa da Fundação Gulbenkian.
Jacques Rupnik, Álvaro Vasconcelos e Iryna Dmytrychyn na Fondation Maison des sciences de l’homme
O texto que se segue é uma tradução do texto publicado originalmente em francêsaqui.
Teve início no dia 28 de Março, no novo espaço da Fondation Maison des Sciences de l’Homme, Le Comptoir, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian – Delegação em França, o ciclo de conferências “Intelectuais no Exílio: Humanismo sem Fronteiras”. Organizado por iniciativa de Álvaro Vasconcelos, este ciclo foi concebido como um fórum de debate dedicado às trajectórias intelectuais de exilados de diversas proveniências que foram acolhidos na FMSH ou na EHESS.
Jacques Rupnik, politólogo e professor emérito especialista em Europa Central e de Leste no CERI/Sciences Po, e Iryna Dmytrychyn, docente do INALCO responsável pelos estudos ucranianos, apresentaram a primeira conferência do ciclo intitulada “Milan Kundera, um transeunte entre duas Europas”. Foi uma imersão de duas horas na vida do escritor checo através do prisma do exílio.
Após a invasão da Checoslováquia pelo exército soviético, em 1968, Kundera fez de Paris o seu local de residência. Este exílio, que se mostrou de certa forma libertador, permitiu-lhe escolher outra língua de pensamento. O autor escreveu a maior parte dos seus romances na língua do país de acolhimento e optou por nunca regressar ao seu país natal. Apesar disso, permanecerá sempre ligado à sua língua materna, bem como às suas origens, guardiãs do seu património.
A solidariedade, o humanismo, a democracia e as possibilidades do exílio deixaram uma impressão duradoura no escritor que, tal como Nabokov, soube (re)criar a vida na língua do outro.
O debate centrou-se também na visão de Kundera sobre a identidade europeia, nomeadamente no seu famoso artigo: Un Occident kidnappé, ou la tragédie de l’Europe centrale. Uma definição cultural da Europa que exclui a Rússia porque, como recordou Jacques Rupnik, não tem tradição de sociedade civil nem de democracia, tem raízes ortodoxas russas e uma ideologia imperial. Ao contrário de uma Europa Central culturalmente europeia.
Iryna Dmytrychyn recordou a influência da ideologia imperial em vários escritores russos, mas questionou-se sobre uma definição religiosa da Europa, que poderia excluir a Ucrânia.
O moderador, Álvaro Vasconcelos, sublinhou os limites de uma definição cultural da Europa que não corresponde à multiplicidade das identidades europeias. O moderador sublinhou que a maioria dos exilados portugueses defendia uma Europa baseada na democracia e na justiça social.
Iryna Dmytrychyn afirmou que a aspiração à liberdade é o que une todos os exilados.
Durante o debate, a questão da contribuição cultural e política dos intelectuais exilados foi levantada como um tema a ser explorado em futuras sessões deste ciclo.
Fotografias da reunião na Assembleia da República e de alguns dos momentos da Assembleia Cidadã 2022, no Forum Ermesinde
O Forum Demos reuniu ontem com o Presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, o deputado e vice-presidente da Assembleia da República Fernando Negrão, para apresentar o resultado do trabalho desenvolvido no ano 2022 no âmbito da Assembleia Cidadã «Como Garantir o Imperativo da Hospitalidade na Igualdade?». Na reunião estiveram presentes Relatores e Representantes dos Grupos de Trabalho e um dos participantes da Assembleia de 2023: Lissa Bulu, Susana Silveira, Mubarak Hussein e Adam Labar. Inês Granja, do Forum Demos, introduziu e contextualizou o Relatório, enquanto parte da organização da Assembleia Cidadã. Neste encontro, cada um dos participantes teve oportunidade de destacar um aspeto do Relatório e relatar uma experiência pessoal e/ou coletiva com ele relacionado. A reunião com a Comissão presidida por Fernando Negrão foi para os Relatores dos grupos «muito produtiva e, sobretudo, motivadora».
O Relatório entregue na Assembleia da República foi o produto desta iniciativa conjunta do Forum Demos e da Câmara Municipal de Valongo, que teve o seu ponto alto entre os dias 20 e 23 de abril, quando se realizou o encontro presencial de cidadãos no Fórum Cultural de Ermesinde. A democracia participativa foi posta à prova neste processo que envolveu cerca de seis dezenas de cidadãos ativos dedicados a refletir e procurar soluções às múltiplas vulnerabilidades sociais que experienciam individualmente e que partilham entre si. Em resposta aos flagelos identificados na sociedade portuguesa, os participantes, migrantes, Roma e afrodescendentes, desenharam após os dias de debate presencial e um conjunto de encontros à distância, um conjunto de recomendações específicas a cada grupo de trabalho e identificaram um conjunto de recomendações comuns a todos. São sete os pontos comuns e atravessam áreas tão relevantes como a educação, a habitação e a saúde.
A iniciativa de ontem encontra-se alinhada com os valores e a visão do movimento cidadão independente Forum Demos, fundado em Portugal em 2016, que focado na defesa dos direitos humanos universais, como a não discriminação, a igualdade de género ou o direito ao clima estável, tem vindo a desenvolver a sua atividade no plano nacional e internacional, de modo cada vez mais consistente e com impacto público.
Este encontro na Assembleia da República, que permitiu aproximar os cidadãos anónimos dos decisores políticos e influenciar políticas inclusivas, foi também o momento para lançar a Assembleia Cidadã de 2023, que este este será num outro concelho do norte do país. Em 2023, a organização da Assembleia Cidadã será organizada pelo Forum Demos em parceria com a School of International Futures e procurará alargar o olhar a um conjunto de novos temas de direitos humanos, numa perspetiva de justiça intergeracional, que convoca novos participantes (cidadãos, decisores políticos, académicos, empresas, etc), e implica novas metodologias e estratégias para aprofundar o debate e aumentar o seu impacto social.
O Forum Demos encontra-se, neste momento, a organizar reuniões com grupos parlamentares para explorar o desenho de políticas concretas dirigidas a resolver os problemas identificadas pelos cidadãos na Assembleia Cidadã 2022.
O Forum Demos associa-se ao lançamento do novo livro de Álvaro Vasconcelos, Memórias em Tempo de Amnésia. Uma campa em África, publicado pelas Edições Afrontamento. No próximo dia 13 de dezembro, terça feira, na UCCLA, às 18h, vai ter lugar o primeiro encontro de lançamento do livro do autor.
O livro será apresentado por Victor Barros e Margarida Calafate Ribeiro, com moderação de Marta Lança.
A sessão conta com o apoio da UCCLA.
Pretende ser um testemunho da viagem às trevas que era viver em África no tempo em que o racismo era política de Estado (Álvaro Vasconcelos)
«Estas Memórias em Tempo de Amnésia são publicadas em dois volumes. O livro trata, sobretudo, do que era proibido lembrar, do que era subversivo memorizar. Os crimes deviam ser esquecidos para todo o sempre. Podia-se ser preso e torturado por ter visto o crime que nenhum registo podia guardar e ficava, apesar de todo o esforço dos fazedores de silêncio, na memória dos homens. Nos contadores de histórias, nos que pela tradição oral preservam as lembranças dos seus antepassados. Mas as dificuldades do presente funcionam como uma droga que apaga a memória e propaga como um vírus a amnésia coletiva, tornando a sociedade mais frágil perante ameaçadas já conhecidas pela humanidade. Uma Campa em África, o primeiro volume, aborda os caminhos que me levaram, ainda menino, para África. Aí vivi entre 1953 e 1967, primeiro em Moçambique, depois na África do Sul. Pretende ser um testemunho da viagem às trevas que era viver em África no tempo em que o racismo era política de Estado, quer fosse na mentira lusotropical ou no horror do apartheid. É um testemunho em nome do dever de memória, contra a política do esquecimento e o revisionismo histórico sobre o crime contra a humanidade que foi o colonialismo» (Da contracapa do vol. I, por Álvaro Vasconcelos).
No passado dia 8 de novembro , o Forum Demos participou no 1.º Encontro Nacional do Projeto Internacional ENFEM (Female TCNs Integration in Local Communities through Employability and Entrepreneurship Local Oriented Strategies), coordenado por Ana Luísa Martinho (ISCAP) e que conta com o envolvimento de stakeholders de toda a Europa, mulheres migrantes, autarquias, ONGs e empresas.
Neste momento, assistimos à apresentação pública deste Projeto e iniciamos uma nova parceria promissora. Juntamente com o ENFEM, o Forum Demos irá prosseguir o trabalho que tem vindo a desenvolver no âmbito da inclusão de mulheres migrantes.
Também nesta sessão, foi anunciada publicamente pela Coordenadora do Projeto e por Inês Granja (Forum Demos) uma série de Podcasts ForumDemos/ENFEM, que se propõe dar a conhecer as histórias de vida de algumas das mulheres migrantes que fazem parte do Projeto ENFEM, muito em particular, as experiências vividas ao longo do processo de integração no país de acolhimento. Serão lançados ao longo de 2023 no Spotify.
Está no ar o terceiro episódio do nosso Forum Demos Podcast no Spotify. Venham daí ouvir oPodcast #3/3.
Na terceira entrevista curta da série sobre a Hospitalidade em Portugal, prosseguimos a auscultação do Grupo de Trabalho sobre o Acolhimento de Migrantes e Refugiados da Assembleia de Cidadãos do Festival Transeuropa 2022, organizada pelo Forum Demos com o apoio da Câmara Municipal de Valongo.
Conversamos com Alexandre Kweh, cidadão luso-libério acerca da importância da aprendizagem da língua do país de acolhimento para a integração dos imigrantes.
No próximo episódio vamos explorar um tema transversal a todos os Grupos de Trabalho da Assembleia de Cidadãos sobre a Hospitalidade: a discriminação múltipla.
Está no ar o segundo episódio do nosso Forum Demos Podcast no Spotify. Venham daí ouvir oPodcast #2/3.
Na segunda entrevista curta da série sobre a Hospitalidade em Portugal, continuamos a ouvir os participantes do Grupo de Trabalho sobre o Acolhimento de Migrantes e Refugiados da Assembleia de Cidadãos do Festival Transeuropa 2022, organizada pelo Forum Demos com o apoio da Câmara Municipal de Valongo.
Conversamos com Gustavo Behr, cidadão luso-brasileiro, membro ativo de diversas organizações da sociedade civil na área das migrações, e ficamos a saber acerca da participação eleitoral dos imigrantes em Portugal.
No próximo episódio o nosso convidado será Alexandre Kweh e vamos conversar sobre o ensino do português como da língua de acolhimento.
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A primeira série de entrevistas curtas dedica-se à Hospitalidade em Portugal. E o primeiro episódio dos três que vamos destinar a este tema é sobre a Descolonização.
Conversamos com Aldair Anhaia, cidadã luso-brasileira, engenheira civil e ativista feminista, parte do Coletivo Anónimas. A Aldair participou no Grupo de Trabalho sobre o Acolhimento de Migrantes e Refugiados da Assembleia de Cidadãos do Festival Transeuropa 2022, organizada pelo Forum Demos com o apoio da Câmara Municipal de Valongo, e está connosco para partilhar a sua perspetiva pessoal acerca do que pensam os portugueses sobre a colonização e de como se convive com a presença dos seus vestígios.
No próximo episódio o nosso convidado será Gustavo Behr e vamos conversar sobre os direitos eleitorais e os requisitos para o recenseamento eleitoral dos imigrantes residentes em Portugal.
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