Luísa Schmidt – Socióloga investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa)
Na sua intervenção, Luísa Schmidt reforça a necessidade da criação de um novo pacto global verde que tenha em conta a questão da desigualdade social. A crise ambiental global – cuja emergência apenas vem a ser posta em segundo plano devido ao Covid 19 – associada às consequências da desigualdade sociais ameaça a paz e a sobrevivência da humanidade. Tal como se observa com o caso da escassez de recursos naturais e perda de biodiversidade.
Luísa Schmidt defende que é necessária uma globalização mais justa e equilibrada. Debate-se a utilização de critérios humanos e sociais na regulamentação do comércio internacional, que exige o reforço do papel das instituições internacionais. Esta regulamentação é uma das componentes para um pacto mundial que garanta a proteção do ambiente e da natureza.
A força motivadora deste pacto deveria ser a humanidade no seu conjunto, o humanismo e o pragmatismo da sobrevivência coletiva, na opinião de Luísa Schmidt, que acredita ainda que a causa ambiental não é devidamente financiada e que existem dois desvios graves da economia que poderiam ser realocados para a reconstrução ambiental: os subsídios para combustíveis fósseis e os offshore. Finaliza a sua intervenção relembrando os novos movimentos cívicos, como o Fridays for Future, que utilizam as redes sociais e web para divulgação e organização, e que funcionam como pressão política. Mesmo em plena pandemia, estes movimentos não param e isso demonstra determinação no objetivo da mudança.